terça-feira, fevereiro 28, 2006

William Faulkner


Bem, acho que diminui um pouco a minha ignorância. Acabei de ler "Palmeiras Selvagens" e estou indicando a quem quiser conhecer um pouco sobre este escritor prêmio nobel da literatura (1949). Ele (1897-1962) nasceu em New Albany, Mississipi (EUA), e escreveu, entre outros, Luz em agosto e O som e a fúria, ambos já na minha lista de futuras leituras!

sexta-feira, fevereiro 24, 2006

Respondendo o que não perguntei...

Já que faz alguns dias que não posto nada neste blog, aí vai mais uma indignação...
É impressionante a falta de conhecimento (e aqui eu digo técnico) dos funcionários das áreas de atendimento ao público das mais variadas empresas. Uma das líderes do setor são as de telefonia: você liga perguntando uma coisa, o atendente, já que a sua pergunta não está no protocolo dele, responde outra ou diz o óbvio que você já sabe. Você educadamente interrompe a conversa e diz que não é bem aquilo que você está perguntando e ele ou volta a responder algo que não é o tópico do assunto, ou passa a ligação para outro colega que recomeça o ciclo! Paciência! E quando você pergunta alguma "novidade" (que para você é "velha" - ok, eu sou um info e tecnomaníaco), e ele nem ouviu falar sobre o assunto (pois não está na documentação oficial da empresa...). ..! Será que este pessoal, principalmente que lida com o público, não devería espontaneamente "estudar" um pouco sobre o SEU assunto, como dever de casa, para estar sempre "à frente das novidades"? (inclusive do seu chefe?). Enquanto isto, na família, cada um com um celular de uma operadora diferente (Vivo, Claro e Brasil Telecom) e todas com os mesmos padrões de (mal) atendimento.

terça-feira, fevereiro 07, 2006

Sebo

Vale a pena dar uma olhada nesta Estante Virtual!

Rubem Alves, publicado no Aprendiz...

Já tive medo da morte. Hoje não tenho mais. O que sinto é uma enorme tristeza. Concordo com Mário Quintana: "Morrer, que me importa? (...) O diabo é deixar de viver." A vida é tão boa! Não quero ir embora...

Eram 6h. Minha filha me acordou. Ela tinha três anos. Fez-me então a pergunta que eu nunca imaginara: "Papai, quando você morrer, você vai sentir saudades?". Emudeci. Não sabia o que dizer. Ela entendeu e veio em meu socorro: "Não chore, que eu vou te abraçar..." Ela, menina de três anos, sabia que a morte é onde mora a saudade.

Cecília Meireles sentia algo parecido: "E eu fico a imaginar se depois de muito navegar a algum lugar enfim se chega... O que será, talvez, até mais triste. Nem barcas, nem gaivotas. Apenas sobre humanas companhias... Com que tristeza o horizonte avisto, aproximado e sem recurso. Que pena a vida ser só isto..."

Da. Clara era uma velhinha de 95 anos, lá em Minas. Vivia uma religiosidade mansa, sem culpas ou medos. Na cama, cega, a filha lhe lia a Bíblia. De repente, ela fez um gesto, interrompendo a leitura. O que ela tinha a dizer era infinitamente mais importante. "Minha filha, sei que minha hora está chegando... Mas, que pena! A vida é tão boa..."

Mas tenho muito medo do morrer. O morrer pode vir acompanhado de dores, humilhações, aparelhos e tubos enfiados no meu corpo, contra a minha vontade, sem que eu nada possa fazer, porque já não sou mais dono de mim mesmo; solidão, ninguém tem coragem ou palavras para, de mãos dadas comigo, falar sobre a minha morte, medo de que a passagem seja demorada. Bom seria se, depois de anunciada, ela acontecesse de forma mansa e sem dores, longe dos hospitais, em meio às pessoas que se ama, em meio a visões de beleza.

Mas a medicina não entende. Um amigo contou-me dos últimos dias do seu pai, já bem velho. As dores eram terríveis. Era-lhe insuportável a visão do sofrimento do pai. Dirigiu-se, então, ao médico: "O senhor não poderia aumentar a dose dos analgésicos, para que meu pai não sofra?". O médico olhou-o com olhar severo e disse: "O senhor está sugerindo que eu pratique a eutanásia?".

Há dores que fazem sentido, como as dores do parto: uma vida nova está nascendo. Mas há dores que não fazem sentido nenhum. Seu velho pai morreu sofrendo uma dor inútil. Qual foi o ganho humano? Que eu saiba, apenas a consciência apaziguada do médico, que dormiu em paz por haver feito aquilo que o costume mandava; costume a que freqüentemente se dá o nome de ética.

Um outro velhinho querido, 92 anos, cego, surdo, todos os esfíncteres sem controle, numa cama - de repente um acontecimento feliz! O coração parou. Ah, com certeza fora o seu anjo da guarda, que assim punha um fim à sua miséria! Mas o médico, movido pelos automatismos costumeiros, apressou-se a cumprir seu dever: debruçou-se sobre o velhinho e o fez respirar de novo. Sofreu inutilmente por mais dois dias antes de tocar de novo o acorde final.

Dir-me-ão que é dever dos médicos fazer todo o possível para que a vida continue. Eu também, da minha forma, luto pela vida. A literatura tem o poder de ressuscitar os mortos. Aprendi com Albert Schweitzer que a "reverência pela vida" é o supremo princípio ético do amor. Mas o que é vida? Mais precisamente, o que é a vida de um ser humano? O que e quem a define? O coração que continua a bater num corpo aparentemente morto? Ou serão os ziguezagues nos vídeos dos monitores, que indicam a presença de ondas cerebrais?

Confesso que, na minha experiência de ser humano, nunca me encontrei com a vida sob a forma de batidas de coração ou ondas cerebrais. A vida humana não se define biologicamente. Permanecemos humanos enquanto existe em nós a esperança da beleza e da alegria. Morta a possibilidade de sentir alegria ou gozar a beleza, o corpo se transforma numa casca de cigarra vazia.

Muitos dos chamados "recursos heróicos" para manter vivo um paciente são, do meu ponto de vista, uma violência ao princípio da "reverência pela vida". Porque, se os médicos dessem ouvidos ao pedido que a vida está fazendo, eles a ouviriam dizer: "Liberta-me".

Dizem as escrituras sagradas: "Para tudo há o seu tempo. Há tempo para nascer e tempo para morrer". A morte e a vida não são contrárias. São irmãs. A "reverência pela vida" exige que sejamos sábios para permitir que a morte chegue quando a vida deseja ir. Cheguei a sugerir uma nova especialidade médica, simétrica à obstetrícia: a "morienterapia", o cuidado com os que estão morrendo. A missão da morienterapia seria cuidar da vida que se prepara para partir. Cuidar para que ela seja mansa, sem dores e cercada de amigos, longe de UTIs. Já encontrei a padroeira para essa nova especialidade: a "Pietà" de Michelangelo, com o Cristo morto nos seus braços. Nos braços daquela mãe o morrer deixa de causar medo.

quarta-feira, fevereiro 01, 2006

Falando em comida...

O Estrogonofe dos Stroganoff

Está na "História Viva":
A origem do popular estrogonofe remonta à época dos czares russos. O prato foi originalmente chamado de Boeuf Stroganoff, à base de carne e creme de leite fresco. Apresentado pelo chefe de cozinha da família, num clube que reunia algumas famílias nobres da Rússia, tornou-se popular e apareceu rapidamente no cardápio do restaurante francês Maxim's, que fez a primeira adaptação do prato, incluíndo o champignon na receita.
Que fome!


 
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